Para Meinas Livres e Bem-Resolvidas

7 Mitos sobre lésbicas (e algumas verdades)

Querida leitora,



vamos dar um pausa nas notícias de cultura pop e do entretenimento para discutir aquilo que nos une: o mundo lésbico. Mais especificamente, o que os outros falam sobre o mundo lésbico.


Quantas informações tortas sobre sapinhas você já ouviu? Quantos estereótipos? Apesar da imensidão desse grande sertão, percebi que algumas idéias se repetem com mais freqüência. E é para compartilhar a minha (e acredito que também a sua) frustração por ouvir tanta besteira que resolvi compilar uma lista dos 7 maiores mitos sobre lésbicas.

Que rufem os tambores! O primeiro mito é...



Mito 1 - Por que toda lésbica é masculina?


Vamos lá, aula de lógica! Repitam comigo:



1. Toda lésbica é mulher.


2. Toda mulher pode ser mais ou menos masculina.


3. Logo, toda lésbica pode ser mais ou menos masculina.


Revolucionário, não? Agora que provamos pela matemática, vamos explicar o lado social da coisa. Se a pergunta inicial não deu em nada, é porque estamos fazendo a pergunta errada. A indagação que cabe aqui é: por que vemos/conhecemos mais lésbicas masculinas?


Olhando por esse ângulo tudo faz mais sentido. As masculinas, por pressão e preconceitos da sociedade, dificilmente conseguem esconder que são sapatas. Aí elas se assumem. Para o mundo, a "cara" das lésbicas é masculina. E muitas ladies acabam aproveitando que não dão pinta para ficar no armário e não sofrer preconceito.


(O que nos traz um problema: onde encontrar lésbicas femininas?


Até hoje, eu só encontrei um local de grande concentração de escarpins: o nosso querido Leskut. Se alguém souber de outro lugar, faça uma boa ação e avise a Lesbosfera!)


E você, cara leitora? Concorda com o que eu disse ou achou tudo uma grande bobagem? Você é feminina ou masculina? Odeia rótulos? Faz parte da comunidade Femininas X Femininas no Leskut ou da Feminina não, eu sou é sapatão? Prefere e Shane ou a Papi?


FETICHE

Sentir as sensações mais intímas numa relação a dois, em que o sexo e o prazer falam entre si, diria que, na minha opinião, estão muito perto de termos aqui uma relação "mágica", em que a fantasia, o feitiço e o nosso imaginário mais primitivo nos levam quase sempre ao mundo simbólico do fetiche.
Muito se fala do fetiche. Mas o que é verdadeiramente o fetiche ? Através do diccionário, verificamos que a palavra fetiche tem origem francesa e significa feitiço. O fetiche é, sobretudo, uma espécie de obcessão por alguma coisa, uma situação, pessoa, ou parte da pessoa. Uma atracção ou fixação incontrolável que dá origem a um prazer intenso. Nem todas espécies de fetiche estão directamente ligados à prática sexual, embora este blog irá se debruçar sobre esta vertente.
Procuraremos a opinião de todos os que se quiserem manisfestar, seleccionando na nossa preferência, os fetiches que estejam sempre relacionados directa ou indirectamente com as pessoas. Os fetiches são vários, desde a parte do corpo das pessoas ( cabelos, pernas, pés, nadegas, mãos, etc ) até objectos utilizados por essas pessoas ( roupas, joias, tatuagens, sapatos, etc).
Temos ainda fetiches originados por situações diversas, desde fazer sexo em locais públicos, dentros dos automóveis, elevadores, entre outros. Sado-masoquismo, voyeur entre outras práticas são ainda consideradas actos de fetiche.
Mas afinal, qual será o fetiche de cada um? O fetiche que todos nós escondemos e que adoraríamos , um dia, poder pratica-lo ?



                                              Como se assumir lésbica perante os pais

Pois é, provavelmente está a chegar a hora de se assumir como lésbica perante os seus pais… E que fazer, e como o fazer? Tudo passa pela sua cabeça: Será que eles vão aceitar? - ou pelo contrário farão disto um cenário de terror na sua vida? A verdade é que a maioria dos pais não reage mal, mas tudo depende como se assume perante eles e do facto de os preparar para este momento.




Considere sempre o pior cenário

Se pensa que tudo pode correr bem, não se esqueça de pensar que tudo pode correr muito mal. Imagine sempre o pior cenário, e tenha sempre um segundo plano caso o pior cenário se torne real. Se vive com os seus pais, e eles reagirem mal à notícia, o ideal será pensar desde já num local alternativo para ficar - caso eles se passem e a coloquem fora de casa. Comece a imaginar como será a sua vida se os seus pais deixarem de a ajudar financeiramente: prepare sempre uma alternativa. Parece dramático demais? A verdade é que nada como imaginar o pior cenário, para que tudo que aconteça não seja uma surpresa negativa.



No caso de ser apenas, em parte, financeiramente independente ( como no caso de estar em início de carreira e ainda depender dos seus pais para lhe pagarem a renda de casa), espere que eles lhe possam negar essa ajuda financeira. Espere essa situação e prepare um plano alternativo, nem que seja ir viver para a casa de um amigo por uns tempos.



Pergunte-se sempre: “Porque desejo que os meus pais sejam conhecedores acerca da minha orientação sexual?”. Descubra a resposta a esta questão. Se a resposta for: “Porque eles são importantes para mim e como tal é importante que eles saibam.”; se esta é a resposta, tudo bem; mas se pensa que os seus pais são homofóbicos e os vais fazer mudar de ideias com uma notícia destas, a verdade é que ainda os poderá tornar mais revoltados e por isso mais homofóbicos. Nunca lhes comunique uma notícia destas num ataque de fúria, ou num momento de desespero. O sentimento de desespero ou de raiva será o que mais vai sobressair, sendo o assunto verdadeiro passado para segundo plano, tornando-se ainda mais difícil de aceitar. O ideal será começar a preparar terreno: comece por contar a notícia a pessoas da sua família que sejam mais tolerantes, que a possam ajudar e que a apoiem na ocasião de falar com os seus pais, ou até mesmo para os ir preparando antes de si.



Escolha um bom momento

Um momento ideal para se assumir perante os seus pais é difícil de definir, mas tente que seja o mais propício possível como por exemplo: deverá escolher um momento em que saiba que os seus pais estão com tempo para a ouvir e que não vai ser interrompida. Esta ocasião pode ser difícil de surgir, mas se não se proporcionar naturalmente, proporcione-a você mesma. Nunca escolha momentos como aniversários, Natais ou outro tipo de celebração que pode tornar-se caótica. Deve sempre contar com o pior e isso também implica pensar na situação e no que pode afectar outras pessoas.



Nunca tente dizer estas coisas através das novas tecnologias, como enviar um e-mail aos seus pais, ou mesmo telefonar-lhes para se assumir; pode parecer mais fácil mas na realidade não há nada como o cara-a-cara para dar uma notícia destas, evitando assim mal-entendidos.



Se tem uma relação actual, não traga essa pessoa para esta conversa: nem fisicamente nem circunstancialmente; vá preparando os seus pais, e não espere que eles absorvam tanta informação de uma só vez. No caso de eles conhecerem a sua companheira e gostarem muito dela, isso será uma vantagem, mas essa é uma vantagem que deve ser usada mais tarde e não no momento em que se assume.



Seja calma e pense antes de falar

Nada como planear o que se vai dizer numa situação destas. Parece que o improviso pode parecer mais natural, mas na realidade o improviso pode dar origem a exaltações mais rapidamente, que as respostas planeadas. Deve sempre planear a conversa ao detalhe e até mesmo praticá-la com um amigo. Também deve sempre perguntar a outros que passaram pela mesma situação como é que o fizeram, porque basear-se em experiências de outros dá sempre algum traquejo emocional para passarmos as nossas.



Considere situações como: se os seus pais já a questionaram acerca de ser gay; isto pode ser uma boa linha de introdução para iniciar “a conversa” com eles; isto também demonstra que poderão ser mais tolerantes à notícia, dado que admitem que esta hipótese é uma hipótese possível.



Tenha paciência

Aceitarem ter-se assumido como lésbica é algo que pode levar mais, ou menos tempo; por isso esteja preparada para passar pela fase de aceitação dos seus pais. Poderá imaginar o tempo que demorará aos seus pais a habituaram-se a esta nova realidade, baseando-se em experiências passadas a que tenha assistido aos seus pais passarem, como situações de grande stress emocional; estas situações poderão funcionar como um indicador não só da reacção mas também do tempo de aceitação da nova notícia.



Nunca se deve esquecer que os seus pais com o seu “sair do armário”experienciam como que uma “perda”, em que a filha que imaginavam que tinham, não corresponde exactamente à realidade. Os seus pais poderiam sonhar com um vida heterossexual de acordo com os seus padrões culturais, e estereótipos construídos ao longo da vida, por isso deve dar-lhes o espaço para se habituarem à perda e a aceitarem como a nova realidade. Mais tarde eles começarão a aceitar o facto de que a filha é lésbica e toda a realidade existente à volta dessa nova existência.



Prepare-se para ouvir

Esteja preparada para responder a questões feitas pelos seus pais. Esteja preparada para lhes explicar que ser lésbica não é algo que se escolhe, que não é um defeito, nem sequer culpa deles devido a algo que não tenham feito bem. Ser honesta com os seus pais é a única decisão que foi escolhida por si. Ah! Se os seus pais pertencem a uma religião que condena a homossexualidade, prepare-se previamente com argumentos religiosos que poderão contrariar os que eles apresentarem.



Alguns pais poderão sugerir um internamento ou até uma cura para o que consideram ser um problema resolvível, ao que lhes pode afirmar que a ciência médica não considera a homossexualidade uma doença, nem física nem mental.



Faça-os saber que é feliz dessa maneira e que eles devem de ser felizes consigo. Faça-os saber que existem outros membros da família que a apoiam e que se sentem confortáveis com a sua maneira de ser. A verdade é que a principal preocupação dos pais é com a discriminação e com o quanto a sociedade pode maltratar alguém homossexual; assegure-os que já se sabe defender, que a sociedade já está mais tolerante e que tudo vai correr bem.



Ajude-os a ter apoio

Certamente que os seus pais irão ficar emocionalmente abalados, especialmente se não faziam a mínima ideia da sua homossexualidade. Por isso considere arranjar alguém com quem eles possam conversar sobre o assunto, como um psicólogo ou até um médico de família. Depois de os seus pais sentirem que existem outros pais na mesma situação, certamente irão sentir-se mais compreendidos e menos desprotegidos.



Parabéns!

Parabéns, se já se assumiu! Agora é só dar aos seus pais o tempo e o espaço necessário para que eles aceitem a notícia. Aproveite esta ocasião para fazer algo de bom por si, comemore a sua atitude, encontre-se com amigos, faça uma celebração, vá a um bar gay. Parabéns!

Ativa, passiva ou relativa?

A revista DOM deste mês abordou, em uma matéria sobre sexo anal, um tema delicado e polêmico: a questão dos ativos e passivos na relação sexual. Aproveitando a deixa, resolvi escrever sobre isso também. Se entre os gays os papéis sexuais podem definir a existência ou duração de uma relação, será que entre nós, lésbicas, também é assim? Afinal, é tão importante definir-se ativa, passiva ou relativa?




Para começar, vamos “definir” o que seria uma lésbica ativa, uma passiva e uma relativa. A “ativa” seria aquela lésbica que assume uma postura dita mais “masculina” durante o sexo, tocando e dando prazer à parceira, e muitas vezes não se deixando ser tocada. Ou, numa linguagem mais “popular”, ativas são as que “comem”. As passivas seriam aquelas que são tocadas pela parceira, assumindo uma postura dita “feminina”, ou seja, são as que “dão”. E as relativas (ou flexíveis) são as que assumem os dois papéis, ou que na verdade não vêem diferenciação entre os dois, permitindo-se tocar e serem tocadas sem maiores problemas.



Mas por que existem estas denominações? Simplesmente porque as pessoas têm desejos e necessidades diferentes na hora do sexo, se sentindo à vontade em algum papel específico ou na não-definição. E isso pode variar até para uma mesma pessoa, em momentos diferentes da vida, nas relações e mesmo dentro de uma mesma relação. Umas vezes queremos uma coisa, outras vezes outra, e isso é natural e saudável.



É importante fazer aqui uma diferenciação entre identidade de gênero (estereotipo sexual) e papel sexual, pois muitas vezes aquelas que têm comportamentos ditos mais “masculinos” não levam este comportamento para a cama, e vice-versa. Já conheci bofinhos passivas e relativas, e feminíssimas que são estritamente ativas. Uma coisa é a forma como você se apresenta para a sociedade (a forma como você se veste, se comporta, etc), que é a identidade de gênero, outra é como se comporta sexualmente, que é o papel sexual. E deixemos claro: tudo isso é apre(e)ndido e desenvolvido socialmente, ou seja, é a sociedade que nos ensina e determina (infelizmente) quais comportamentos são masculinos e quais são femininos. Corajosas daquelas que resolvem questionar estes padrões, que nos são impostos de forma tão natural que nem percebemos e se refletem até nas nossas brincadeiras, por exemplo, quando saímos todas orgulhosas por aí falando que “comemos” fulana ou beltrana.



Isto posto, percebe-se que a escolha pelo papel ativa/passiva pode muitas vezes ocorrer por limitações psicológicas e necessidade de reconhecimento social, ou seja, está ligada a estes papéis impostos pela sociedade. Conheci mulheres que se diziam “ativas” porque nas vezes em que tentaram se “entregar” para as namoradas se sentiram muito femininas e frágeis, ou seja, o papel da feminilidade e da entrega era visto como fraqueza e fragilidade. Outras garotas não se permitem ser “ativas” porque se sentem masculinizadas ao tocar a parceira, penetrá-las com os dedos ou com acessórios, já que este seria um papel “masculino”. Caso a garota apresente um conflito com relação a estes papéis, talvez seja importante trabalhar estas questões intimamente, com ajuda terapêutica.



Em outras vezes, porém, a escolha por ser ativa ou passiva é simplesmente uma questão de gosto, identidade ou os dois, e aí não tem jeito, é preciso buscar alguém que complete o seu desejo. E podem ter certeza que sempre existe...



As relativas, nisso tudo, são as mais confortáveis, pois podem se relacionar tanto com ativas como com passivas. Mas não conheço muitas flexíveis que conseguiram relacionar-se muito tempo com mulheres estritamente ativas ou passivas. Chega uma hora em que elas sentem falta de variar a postura, e então podem começar os conflitos. Para superá-los é preciso flexibilidade, entrega e muito amor das duas partes.



Enfim, entre lésbicas os papéis ativo/passivo/relativo existem sim e podem determinar rumos de relacionamentos. Quando a escolha por um destes papéis é tranqüila, muito bem, mas quando ela mascara outras questões de ordem íntima e social, é importante repensá-la. Porque o que vale, em qualquer tipo de relação, é a felicidade, verdade e espontaneidade, e privar-se do prazer por conta do que a sociedade nos impõe não tem sentido – nós lésbicas já sabemos disso, não?



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